Notei que em quase todos os posts sobre pesquisa, estou comentando a banca de qualificação. Como a coisa ainda está quente acho que é importante dizer algumas palavras sobre ela. Não vou entrar no meu tema, em meu objeto de estudo, pois é muito específico; vou falar um pouco sobre a situação – a banca – pois acho que seria mais útil para quem vai passar por isso. Outra coisa: nos textos sobre pesquisa do blog, tento ser o mais superficial possível, pois o blog é dedicado para pessoas que cursam pós (não apenas), e sei que quem está nessa, se já passou do primeiro ano, está cansado. E também para mim o blog é uma fuga da pesquisa, um lugar para eu arejar minha cabeça – por isso o tom ameno e anti-acadêmico deste espaço.
A banca foi escolhida um mês e meio antes. Deixei a escolha nas mãos de meu orientador – confio nele, estamos no mesmo barco, o trabalho de pesquisa é conjunto. A banca formada por pessoas que já conhecia, ajudou e muito, pois a coisa ficou menos formal. Minha apresentação durou vinte minutos. Esse é o tempo mínimo; decidi que a apresentação seria rápida, pois eu fiz quase que um relatório dos conceitos que estou trabalhando, o que poderia se tornar chato se eu me estendesse.
Desde a preparação não tinha gostado do que eu iria apresentar. Parecia um empobrecimento do meu texto. Também foi sugerido para que eu fosse além do texto da qualificação. Fiz isso em parte, pois esperava a banca pra pensar no que fazer com a pesquisa – e principalmente estava muito cansado, usei boa parte do mês entre a entrega do texto e da banca para descansar. Quanto a isso – descansar – acho que merece um post extenso, pois para mim é cada vez mais importante.
Os dois membros falaram e muito. Foi um pouco difícil os ouvir, estava nervoso, estava sendo examinado. Anotei o que pude anotar. Me passaram a palavra e decidi ficar mais em silêncio. Acho que ouvir, ser cauteloso, falar na hora certa, o que já disse em outro post, é muito importante em uma situação como essa; no entanto, se isso vira uma exigência, não posso dizer que seja algo positivo.
A banca trouxe contribuições ricas, algumas coisas ficaram no ar, pois foi tudo muito em excesso, muita informação, difícil de apreender tudo. Bem, mas recapitulando: devo ser mais rigoroso, muita coisa está verde. Alguns conceitos não estão claros, ou correm o risco de serem confundidos com o senso comum. Exemplo: estou trabalhando com o conceito de democracia. Não a democracia do Estado, a democracia que conhecemos, mas democracia especial dos muitos, imanente, que impede a soberania, não excludente, que para mim é atualizada em níveis menores, em certos ambientes midiáticos. Democracia de singularidades que agem em comum, mas que não perdem suas especificidades. O problema é que democracia é conceito naturalizado, que faz parte do senso comum. O discurso de inclusão é corrente na boca de políticos, da mídia. É importante eu escapar disso.
Agora estou vendo o que vou aproveitar. Isso vai ser formalizado na minha próxima reunião de orientação. Infelizmente não vou aproveitar todas as sugestões. Mas como tinha citado em outro post, a banca serve como uma ponta pé na pesquisa. Pensava que tudo estava claro, só que agora vejo que tem muito mais trabalho a ser feito; o saco é recomeçar. Por fim, a qualificação não é bicho de sete cabeças; com um grupo de pessoas com certa afinidade a coisa é tranqüila. Dificilmente alguém não passa pela qualificação. Se trabalha e muito com o orientador, ele não deixaria as coisas a deriva.
Fica a dúvida da validade da banca de qualificação. Em outros programas de pós ela não é mais exigida. No meu caso, para mim teria sido melhor excluir a apresentação; acho que isso é mais formalidade. Uma reunião com a banca, a troca de idéias diretas sobre o futuro da pesquisa, mais algo em formato de texto como sugestões, talvez fosse mais útil. Talvez mais pesquisadores analisando e sugerindo fosse interessante. Ou até mesmo uma análise conjunta com colegas de linha de pesquisa ou mesmo de mestrado e doutorado. A estrutura da academia às vezes pode ser antiquada, certas instituições têm dificuldade em se adaptar às mudanças de paradigmas. Mas todo mundo sabe que muitas cabeças pensam melhor que duas – banca –, três – mais o orientador – ou quatro – mais o cara examinado.
A banca foi escolhida um mês e meio antes. Deixei a escolha nas mãos de meu orientador – confio nele, estamos no mesmo barco, o trabalho de pesquisa é conjunto. A banca formada por pessoas que já conhecia, ajudou e muito, pois a coisa ficou menos formal. Minha apresentação durou vinte minutos. Esse é o tempo mínimo; decidi que a apresentação seria rápida, pois eu fiz quase que um relatório dos conceitos que estou trabalhando, o que poderia se tornar chato se eu me estendesse.
Desde a preparação não tinha gostado do que eu iria apresentar. Parecia um empobrecimento do meu texto. Também foi sugerido para que eu fosse além do texto da qualificação. Fiz isso em parte, pois esperava a banca pra pensar no que fazer com a pesquisa – e principalmente estava muito cansado, usei boa parte do mês entre a entrega do texto e da banca para descansar. Quanto a isso – descansar – acho que merece um post extenso, pois para mim é cada vez mais importante.
Os dois membros falaram e muito. Foi um pouco difícil os ouvir, estava nervoso, estava sendo examinado. Anotei o que pude anotar. Me passaram a palavra e decidi ficar mais em silêncio. Acho que ouvir, ser cauteloso, falar na hora certa, o que já disse em outro post, é muito importante em uma situação como essa; no entanto, se isso vira uma exigência, não posso dizer que seja algo positivo.
A banca trouxe contribuições ricas, algumas coisas ficaram no ar, pois foi tudo muito em excesso, muita informação, difícil de apreender tudo. Bem, mas recapitulando: devo ser mais rigoroso, muita coisa está verde. Alguns conceitos não estão claros, ou correm o risco de serem confundidos com o senso comum. Exemplo: estou trabalhando com o conceito de democracia. Não a democracia do Estado, a democracia que conhecemos, mas democracia especial dos muitos, imanente, que impede a soberania, não excludente, que para mim é atualizada em níveis menores, em certos ambientes midiáticos. Democracia de singularidades que agem em comum, mas que não perdem suas especificidades. O problema é que democracia é conceito naturalizado, que faz parte do senso comum. O discurso de inclusão é corrente na boca de políticos, da mídia. É importante eu escapar disso.
Agora estou vendo o que vou aproveitar. Isso vai ser formalizado na minha próxima reunião de orientação. Infelizmente não vou aproveitar todas as sugestões. Mas como tinha citado em outro post, a banca serve como uma ponta pé na pesquisa. Pensava que tudo estava claro, só que agora vejo que tem muito mais trabalho a ser feito; o saco é recomeçar. Por fim, a qualificação não é bicho de sete cabeças; com um grupo de pessoas com certa afinidade a coisa é tranqüila. Dificilmente alguém não passa pela qualificação. Se trabalha e muito com o orientador, ele não deixaria as coisas a deriva.
Fica a dúvida da validade da banca de qualificação. Em outros programas de pós ela não é mais exigida. No meu caso, para mim teria sido melhor excluir a apresentação; acho que isso é mais formalidade. Uma reunião com a banca, a troca de idéias diretas sobre o futuro da pesquisa, mais algo em formato de texto como sugestões, talvez fosse mais útil. Talvez mais pesquisadores analisando e sugerindo fosse interessante. Ou até mesmo uma análise conjunta com colegas de linha de pesquisa ou mesmo de mestrado e doutorado. A estrutura da academia às vezes pode ser antiquada, certas instituições têm dificuldade em se adaptar às mudanças de paradigmas. Mas todo mundo sabe que muitas cabeças pensam melhor que duas – banca –, três – mais o orientador – ou quatro – mais o cara examinado.
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