É interessante a estrutura do mestrado: projeto, entrevista-banca de ingresso, disciplinas, orientação, grupo de pesquisa, qualificação, defesa da dissertação – tudo isso oficial, mas se passa outras coisas nos corredores, no bar, no café, mas isso eu deixo para outro post. O começo dessa parte formal é o projeto inicial, que depois vai sendo filtrado, formatado por todos outros passos do processo. Mas o projeto e quem o fez não podem ser separados; assim o mestrando vai sendo formatado, recuperado aos poucos, com o objetivo de se tornar mestre ou um futuro pesquisador – este último caso mais para quem tiver saco, tempo ou grana para fazer doutorado.
Entrei no mestrado com uma vaga idéia do que queria pesquisar, alguma noção mínima sobre o campo da comunicação e sobre a estrutura do curso. Isso foi há pouco tempo, bem pouco, e já estou me organizando para o exame final: a dissertação. A muito que ser pensado sobre todo o processo: por isso esse blog; ele deveria servir para me ajudar a pensar sobre o que está acontecendo.
Quando eu falo em ser formatado, recuperado, sobrecodificado, não estou usando metáforas fortes. Me sinto desde o início como se houvesse um bloco de vozes que dizem: pense de tal forma, faça isso - ou sendo menos radical: faça uma boa escolha. As disciplinas exemplificam isso. Já no primeiro dia vi que não estava na graduação. Os colegas não eram os mesmos; talvez todos já tivessem uma idéia do que os esperava, que não era brincadeira, que a coisa seria dura.
O corte entre professor e aluno era o mesmo. Diferente a relação entre eles. Sempre me mantive em silêncio em sala de aula, anotando tudo que era dito, prestando atenção em todos os detalhes – como todos os outros. Falava apenas quando pedido; e se você quer se tornar um mestre deve saber falar, e principalmente saber do que se fala. Muito diferente da graduação, na qual você pode falar e ficar na sala quando quiser.
Assim aprendi a ouvir e falar: o primeiro caso envolve respeito com quem fala, o professor. O segundo é um pouco mais complexo, pois se refere ao primeiro e a todo um jogo de postura, entonação; e esse falar é falar na hora certa, da forma certa. Isso é posto também em prática no grupo de pesquisa, e principalmente nas bancas.
“Ser cauteloso”, acho que seria a máxima do mestrado. Ser cauteloso, pois você está sendo examinado. Cada disciplina envolveu um texto final, um artigo. Um artigo não é crônica, ensaio, opinião. Você pode falar de qualquer coisa, mas da forma certa; ou melhor, você pode falar qualquer coisa que diga respeito ao seu campo de estudos. Foi fácil manter certa postura, não sei por qual razão. Talvez uma facilidade em ser assimilado; pois mesmo no trabalho de pesquisa até a banca de qualificação não foi difícil fazer as coisas como elas "devem" ser feitas.
Semana passada, a banca de qualificação foi mais um passo no meu aprendizado: ouvi receoso o que a banca disse, falei pouco, o necessário. Só que ali a coisa ficou um pouco mais complicada, acho: a exigência foi maior. Até o momento tive uma certa liberdade. A banca pediu mais rigor. Encontrei um amigo na saída da apresentação, ele me disse: “isso serve como um pontapé para a pesquisa”; "para" ou "na" pesquisa, veremos.
Entrei no mestrado com uma vaga idéia do que queria pesquisar, alguma noção mínima sobre o campo da comunicação e sobre a estrutura do curso. Isso foi há pouco tempo, bem pouco, e já estou me organizando para o exame final: a dissertação. A muito que ser pensado sobre todo o processo: por isso esse blog; ele deveria servir para me ajudar a pensar sobre o que está acontecendo.
Quando eu falo em ser formatado, recuperado, sobrecodificado, não estou usando metáforas fortes. Me sinto desde o início como se houvesse um bloco de vozes que dizem: pense de tal forma, faça isso - ou sendo menos radical: faça uma boa escolha. As disciplinas exemplificam isso. Já no primeiro dia vi que não estava na graduação. Os colegas não eram os mesmos; talvez todos já tivessem uma idéia do que os esperava, que não era brincadeira, que a coisa seria dura.
O corte entre professor e aluno era o mesmo. Diferente a relação entre eles. Sempre me mantive em silêncio em sala de aula, anotando tudo que era dito, prestando atenção em todos os detalhes – como todos os outros. Falava apenas quando pedido; e se você quer se tornar um mestre deve saber falar, e principalmente saber do que se fala. Muito diferente da graduação, na qual você pode falar e ficar na sala quando quiser.
Assim aprendi a ouvir e falar: o primeiro caso envolve respeito com quem fala, o professor. O segundo é um pouco mais complexo, pois se refere ao primeiro e a todo um jogo de postura, entonação; e esse falar é falar na hora certa, da forma certa. Isso é posto também em prática no grupo de pesquisa, e principalmente nas bancas.
“Ser cauteloso”, acho que seria a máxima do mestrado. Ser cauteloso, pois você está sendo examinado. Cada disciplina envolveu um texto final, um artigo. Um artigo não é crônica, ensaio, opinião. Você pode falar de qualquer coisa, mas da forma certa; ou melhor, você pode falar qualquer coisa que diga respeito ao seu campo de estudos. Foi fácil manter certa postura, não sei por qual razão. Talvez uma facilidade em ser assimilado; pois mesmo no trabalho de pesquisa até a banca de qualificação não foi difícil fazer as coisas como elas "devem" ser feitas.
Semana passada, a banca de qualificação foi mais um passo no meu aprendizado: ouvi receoso o que a banca disse, falei pouco, o necessário. Só que ali a coisa ficou um pouco mais complicada, acho: a exigência foi maior. Até o momento tive uma certa liberdade. A banca pediu mais rigor. Encontrei um amigo na saída da apresentação, ele me disse: “isso serve como um pontapé para a pesquisa”; "para" ou "na" pesquisa, veremos.
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