sexta-feira, 28 de abril de 2017

exercícios de escrita-idiota


A ciganada veio pra cidade e em uma hora se foi. Eu tô lá faz tempo, tô lá, não aqui. Sabia que a maionese que se vende depois da madrugada dá barato? Não, ela que é barata, a mina que cuida a porta do banheiro. Ela que se cuide, disseram. Mas ela já tinha entrado pela entrada também; é, meio que foi demitida. A circulação para, parou, e ele tá mesmo assim na esquina. Qual esquina? Aquela ali perto da Praça Mario Peixoto.  A gente fingia que fingia, e sabia que não tava nem mais aí. Já disse: tô lá, não aí. Me compra um charuto, me enrola um charuto. Veadinhos fumam incenso. Bosta de vaca, chove, e daí a gente toma um ar puro. Semana que vem furúnculo na bunda. Que bom que o cú fica escondido do sol. Se bem que o Carinha, aquele mano, tem palitos de fósforos que acendem no cú. Um cú solitário é algo triste; um cú comunitário, bem, a gente canta parabéns pra você. Levei o Sandrinho na banda das mangueiras longas. Ele riu, mas riu tanto que molhou o banco traseiro. É, traseiro. Me explica uma coisa. Não, na real, dá uma banda. Tem muita gente por perto e eu fico tímido pra limpar os dentes dela. A gente sabia tanto que só sobrava espaço pra esquecer. Se avião passa aqui na frente, a gente ora por Deus. Vivi muitos anos entre aquelas pessoas anos 90. Vivi tanto com eles que passei a acreditar que nem tinha ido pra Woodstock. Ele falava tão bonito que a gente cortou um pedaço da língua dele. Agora ele fala como a gente. Banho de chuva na praia é tipo acordar as três horas da tarde no meio do mês de março. Se tudo fosse fácil, tudo não seria difícil. Entendeu filho, meu filho, meu filho da puta? Ela nos corneava; a gente, sabe? Eu e o Mário e o Maninho e o Cabeça e o Ronaldo e o cara que tava sempre na esquina dizendo: cara, que se foda-se. Os semáforos deram certo, eles nunca piscam. Os tiozinhos ganharam aquele concurso de comer barata. É, escovar os dentes ficou mais difícil. Ela pensa que tá em que lugar? Ela pensa que tá “no morro, três da manhã, acabou o pó”? Ficar de quatro é só ficar de quatro. Eu não fico nem de pé. Deito, sim; eu deito e rolo. O jogador perdeu a mão pruma máquina que só funcionava de manhã. Ele nunca acordou antes do meio dia. Me explique; não, fica na tua. Não é não e não é não, simples, não? O melhor orgasmo é aquele do peito; mas síndrome do pânico é tensão mesmo. A diferença é que os caras tão sempre dando uma de gostoso, e eu não gozo nunca, não sou da geração goza-cola. Só que a Marinara, aquela gata safada que cobra cinquenta por duas punhetinhas, ela só goza se o cara leva ela até o hotel com mais de uma estrela. Ele começou a fumar crack para ver se dava uma acalmada na loucura. Funcionou. Me paga um charuto? Faz que nem o Mané, cospe nas costas que ele não comeu. Sim, funciona, é só tirar da tomada, colocar os pés na bacia e daí já foi. Já foi tarde. E eu que nem cheguei e nem vou. Tô mais em lugar nenhum do que aqui. Não me ligue, não estou aqui. Não me acorde, não durmo mesmo faz dez dias. Me compra uma revista do Batman. Coloquei o sofá no lugar; é eu coloquei ele no lugar dele.
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Conhece o Sacana? É, o Doutor Só Cana. Ele queria dar uma averiguada na próstata do Tio Hermes. Só que ela, a Dona Próstata, já tava avariada faz tempo. Não sei, mas me parece que sessão da tarde nos dias de hoje rola de noite; e o que rolava de noite, rola qualquer hora. Sim, é isso, muito bem, sempre, já que as cascas de dentro do nariz sempre vêm com meio quilo de sangue. Por favor, meu amor, me chame de meu amor, por favor. Coloque vaselina no cabelo e curre com a cabeça uma mina-rinoceronte. Prainha da Macumba sempre foi cara pra dar uma banda nas férias. Daí a gente faz a macumba ali naquela rua naquele bairro na Zona Leste. Eu não vou estar aqui, agora, e daí, não me ligue, não ligue pra mim, ninguém se liga, tô ligado e deixa assim. Na real: que se foda; melhor, vou ser honesto: que se foda; melhor: eu te fodo quando você quiser. Colocar no forno só se for no domingo. As calcinhas foram usadas, sinto o cheiro de longe. Meu Deus do Céu Azul. Mina, se você vai no banheiro, não fale com o Mário. A Dona Gatinha se fodeu, ganhou dez perebas naquele lugar que ela nunca viu e nem sabe. Saio na noite pra pegar umas dores de corno. Não saio na noite, já que ela tá aqui. Amanhã quem ganha os cornos são as vizinhas lésbicas do andar de cima. Ok, comi uma puta de rua que fumava crack. Ainda quero fazer aquele curso de cerâmica. A cidade voltou a ser a cidade. Não sei se existem helicópteros. Quebrei o tornozelo e ela ainda quer que eu a carregue pelas costas.  Tem uma bela praia aqui no País das Loucurinhas. Vou soltar um barro, nem mais volto. Frango assado se vende por dez pilas, galinhas são mais caras, mas ainda são baratas. Coloquei o cú ao lado da caixa de som, meu cú está em estéreo, me cú está muito dançante. Você ainda me ama, Dona Megera? Uma noite no andar superior, por favor! Realizo sonhos por muito, muito mesmo, muito pouco.
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Se me encontrar não me avise. Ontem é um bom dia pra você me beijar. Sim, faço isso logo, daqui a uns dez anos. As hemorroidas não importavam, mas aquela espinha entre os dedos.... Que bom que não chupo dedos. Deve ser trauma daquela época em que os bicos tinham gosto de geleia de morango. A tua cara estava muito bonita; não gosto de caras bonitos; é, dei a garrafada por uma questão estética. Pinto mole de cachorro é mais duro que pinto duro de barata. Quando eu durmo do teu lado eu me sinto tão: “então, deixa assim”. Não entendo, quando tomo coca-cola sinto vontade de dar uma banda; quando tomo todas, a banda já aconteceu. Eles viviam naquela época em que a palavra caralho só tinha dois sentidos: pra cima e pra baixo. Hoje em dia, o caralho não tem mais sentido; caralho desorientado. É um saco, dou a banda da manhã naquela loja de conveniência e o General tá com os dois filhos. Sabe aqueles dois? A Loirinha Gostosa Quando Crescer e o Seu Malinha. Choveu, molhou e não gozou – gozar é pros fracos. A Dona Bocetinha Magra transava com guardadores de carros naqueles dias que eu tomava Valium. Não sei, sabe? Os caras fecham as lojas do bairro, mas o bairro tá sempre aberto. A sacana que vende fluoxetina é uma sacana. Ela vende por um preço baixo, mas a gente tem que aturar o bafo quente dela. Sabe o bafo dela? Me fode, mas não me beija. Se me beija, me fodeu e tamos certos. Atrás de mim, não, meu bem. Diga meu bem, meu bem. Me vende uma pedra de crack, Tia Peruana. Ele dava play nas máquinas de Pinbal da loja do Seu Otário. Mas agora não dá mais pra rolar os play, seu boy. Não sei se a gente foi pro mato e se eu tinha comprado duas garrafas de vinho, três caixas de bolas, mas eu sei muito bem o que eu não sei. Tá achando que é festa? Com dois cús se faz uma casa. Dois pintos e uma montanha venderam milhões. Como ainda pão de manhã, já que você tá lavando a louça de dois dias atrás. A gente dá um jeito. Se ela pulou da janela.... deixa ela. Dona Tia Velha dá um tempo, quem é teu alfaiate? Meu gato mija na cama, mas não na minha. A gangue das piranhas sempre vende aquelas merdas que faz a galera ficar constipada. Não estou mais fazendo academia, mas vomitei na perna do Otário, melhor, Senhor Otário, como ele gosta de ser chamado. Se tem festa na madruga eu tento não descer.... o meu pau, que nunca fica descido. Não sei, já disse. A gordinha ficava puta quando eu comia todas, mesmo ela comendo todos e todas e mais um pouco. A vida é louca. Aqui no prédio tem mais lesmas e centopeias que na parte alta da cidade.  
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Com quanto cornos se faz uma canoa? Hambúrguer barato é caro nas segundas. Ceva quente rola em qualquer lugar. Bocetinha queimada na areia. Eu fumo quando eu quiser, no lugar que eu quiser. Toda a noite eu pego carro e vou até a fronteira. Daí entro na casa dela em São Francisco do Caralho e como um banquete divino. Ela continua confiando em mim. Eu sou esperto, não confio em mim de jeito nenhum. Eu estou no lugar que devo estar, ao lado das hemorroidas de qualquer um. Gozei e não gostei. É caro gostar daquilo que elas gostam. Diferente seria se eu fosse uma lésbica, e se eu fosse, me comia bem feliz. Ela abriu as pernas, eu passei por baixo. Putinha, entra no carro, mas não seja doce demais. Namoradinha que não beija é minha namoradinha de início de mês. Meteu no lugar que não era para meter. Geladeira, paralelepípedo, te amo, e não mais. Dona Coisa, eu te respeito, mas não use tanta naftalina entre as pernas. Eu não sou um punk sujo. A gente ainda come frango, mas dizendo que brócolis é coisa de gente feliz. O tio prepara o cachorro quente na esquina. Sim, ou não, ou talvez: escolha! A feira orgânica tá sendo montada e a cadela da Marta foi montaria de todos. Dei uma volta e não voltei. Me diz uma coisa; deixa assim.  
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Casa cheia de ratos com barras de chocolate entre os pelos. Duas ruas, uma atrás da outra. 120 por hora a toda hora e nem dormi. A Dona Coisa se foi, mas era o Mário que tinha razão. José tá mijando na frente da praça. Pior foi quando o Marco cuspiu no nosso prato e a gente teve ainda que pagar uns dez cada. Era tanta loucura que só podia ser realidade, e sempre penso nisso quando esqueço disso. Desatei o nó, fiquei meio assim com a série de TV, na real, eu queria cair fora. Trinta anos depois tudo de novo. A galera comprou aqueles alfinetes, daí a gente foi preso por magia negra. Luizão deu uma de mamão. Acordar quando se está acordado dói os dedos. Daí, daí, daí a Daniela disse que a Ridícula tava saindo com o Mário. Meio copo disso, meio daquilo, mais aquilo, daí a gente compra uma casa num bairro classe média baixa. Não quero mais saber daquela noite que nunca acaba, e eu não quero acabar. Ela se acabou comigo. Tinha tanta dor de cabeça que morfina dava dor de cabeça. Cabeças de alfinete, me rebite! Santinha, vem aqui! A gente fica velho quando a gente fica velho. Eu queria menos. Não sei o que coloco por cima. Uma cabeça mais uma marmelada dá uma cabeçada. Cabeção nem tomava já que era como nós antes do verão começar. Já que está aqui me dê duas pegadas. O nome dela era aquele nome que nem mais fabricam. Buraquinhos não nasceram na mesma época dos dedinhos. Se você quer comer isso por favor lave as frases. Os dedos estavam sendo queimados nos cascos daquelas éguas chamadas de “qualquer coisa rola”. Afinou-me. Duas abelhinhas entraram no vaso e cuzinhos docinhos disseram: quero mais. Sim, eu topo quando ela quer comprar batatinhas com aquele lance gosmento em cima; mesmo que comida seja muito século passado. Queima, queima, queima, e lava as flanelas. Com quantas bucetinhas se faz uma canoa? A gordinha tava na parte de dentro daquele hemisfério. Daí aquele tio, o Opala Tunado, disse que as chevetteiras voltaram. É meio dia, cozinha uma meia calça pra dois. Comprou todas as terças e foi demais. É ele sempre faz isso. Daí era cedo para se chegar tarde. Sim, ela era demais. Me dá menos. Me liga, tipo call center depois da meia noite. Me passa a dose de natal, quero vomitar no quarto ao lado. Ao lado, sabe? Tipo naquele lugar que dói para a dona Ridícula. Mastodonte tomou aqueles lances laranjas que o Mário receitou. Tomou e daí dormiu. No outro dia, foi dar “oi” pro senhor Bidê, mas mijou de ponta cabeça. Seis horas mais tarde queria ser um peixe boi. Se eu quebro as regras... é, o jogo acabou sem um 21. A dancinha dela era legal. Namorei a Marta por um mês. No outro mês a gente sacou que ela tava grávida. Daí eu convidei as Três Putinhas pra ficarem aqui em casa. Disse: Putinhas, de aluguel, pode ser duas cervejas de cada por manhã. Daí elas vieram morar aqui. Acabou o lance quando as cevas viraram vinho de macumba. Ele era meu amigo, só que daí entrou naquelas de ser minha amiga. Sim, ela veio, amei, mas pedi pra cair fora, tipo: no meu edredom só a Marta vomita. Vamos dar aquela banda junto do rio? Vem cá, você me deve. Vovó fez muitos docinhos pra festa. Bidês de cores claras ou gravatas de fimoses? Não vejo mais nada daqui, tá tudo mais que duplicado; tipo, dobra a dose, seu Mário. Que Mário? O dono da lojinha. Nem mais queria, só que na real se fez que não queria, e por isso, mais que quero.
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Furei os olhos e ela mijou atrás da árvore. Ela, lembra dela? Aquela mina tipo coisinha dura, chata, sanguinária. Sim, ela, a que metia o Pablo por trás toda noite; a que lavava os coelhos e depois comia batatinhas chinesas. Lendo a obra completa de Mário, o senhor Soares, descobri a real motivação dos furúnculos nas bochechas dela.  Sempre a Aninha vem aqui e a gente começa a abrir as portas. As cevas quentes foram feitas para serem amaldiçoadas. Malditas cevas de Cristo do Inferno. Barrinhos? Era sobre isso que gente tava falando ontem?  Os carros aqui da frente estão com aquelas varizes que eu como sem pagar. Me dói a maionese. E daí tava todo mundo dançando, e veio o Barrinha de Chocolate e deu aquela dor na alma de todo mundo. Tipo, vinte anos depois o que tinha rolado tá escrito no jornal que a gente nem lê e que se foda. As cachaças fugiram das ressacas e as calçadas doem o cú. Não rola mais jantares de fim de ano, tipo aqueles que a gente nunca foi. Os discos mais audíveis estavam na casa do Getúlio. Pau no cú daquele que finge que ouve. Sempre usei tuas cuecas mesmo que as nossas bolas joguem pingue pongue em clubes diferentes. Se o banheiro agora tá vazio, se ninguém peidou ali antes, a gente pode até pegar as camisetas e lamber elas por dentro. Removedor de tinta é aquele lance que a gente ama mais que a própria mãe, a do Mário. Que Mário? O dono do armarinho dos Soares; Mario Soares. 

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